DECEMBER 9, 2022


Ministério da Fazenda confirma retorno dos impostos dos combustíveis, que devem subir em março

Zema diz ser contra reoneração dos combustíveis, mas que Estado não pode abrir mão dos recursos.

Bomba1

Foto: (DLI).

A reoneração da gasolina e do etanol a partir de março está assegurada, confirmou nesta segunda-feira (27) a assessoria do Ministério da Fazenda. Segundo a pasta, o formato do aumento das alíquotas está sendo discutido entre o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, e a diretoria da Petrobras, no Rio de Janeiro, mas já está certo que a arrecadação será recomposta em R$ 28,88 bilhões neste ano, conforme anunciado pelo ministro Fernando Haddad, em janeiro.

A assessoria de imprensa informou que a alíquota da gasolina subirá mais que a do etanol, alinhada com o princípio de onerar mais os combustíveis fósseis. Segundo a pasta, a reoneração terá caráter social, para “penalizar menos o consumidor”, e econômico, para preservar a arrecadação.

Desoneração

No ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro zerou as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para a gasolina, o etanol, o diesel, o biodiesel, o gás natural e o de cozinha. Em 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Medida Provisória 1.157, que previa a reoneração da gasolina e do etanol a partir de 1º de março e a dos demais combustíveis em 1º de janeiro de 2024.

Antes da desoneração, o PIS/Cofins era cobrado da seguinte forma: R$ 0,792 por litro da gasolina A (sem mistura de etanol) e de R$ 0,242 por litro do etanol. Entre as possibilidades discutidas por Galípolo e a Petrobras, estão a absorção de parte do aumento das alíquotas pela Petrobras, porque a gasolina está acima da cotação internacional, e a redistribuição de parte das alíquotas originais da gasolina para o etanol.

As medidas assinadas por Jair Bolsonaro tinham validade até o dia 31 de dezembro. Em janeiro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assassinou medida provisória prorrogando a isenção nos combustíveis até março.

Caso ocorra essa redistribuição, a gasolina poderia pagar, por exemplo, R$ 0,70 de PIS/Cofins por litro; e o etanol, R$ 0,33.

O repasse efetivo do aumento das alíquotas aos consumidores dependerá das distribuidoras e dos postos de combustíveis. No início do ano, ao anunciar o pacote com medidas para melhorar as contas públicas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a recomposição dos tributos renderá R$ 28,88 bilhões ao caixa do governo em 2023.

Só em janeiro, segundo cálculos da Receita Federal divulgados na semana passada, o governo deixou de arrecadar R$ 3,75 bilhões com a prorrogação da alíquota zero.

Na época, o governo mineiro chegou a estimar uma perda de R$ 12 bilhões nas contas do Estado, que também teve impacto nos recursos destinados aos municípios. O retorno do imposto ajudaria a compensar o déficit de  R$ 3,5 bilhões, previstos no orçamento estadual deste ano.

Em entrevista na manhã desta segunda-feira (27), o governador Romeu Zema (Novo) disse ser contra a ideia do Governo Federal de voltar a cobrar os impostos de Pis e Cofins sobre os combustíveis.

Em relação aos impostos estaduais, Zema ressaltou que não pode abrir mão dos recursos, pois a situação fiscal de Minas ainda é grave. “Como governador, posso dizer que Minas não pode abrir mão dessa receita, o estado ainda enfrenta sérias questões financeiras”, disse.

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