Por: Pecê Almeida
Os pré-candidatos a prefeito de Montes Claros já se movimentam nos bastidores para viabilizar seus nomes. Hoje, conforme já mencionei anteriormente, alguns despontam mais: o vice-prefeito Guilherme Guimarães, a deputada estadual Leninha, o deputado federal Paulo Guedes, o jornalista Délio Pinheiro são alguns “prefeitáveis”. Outros nomes especulados, como os dos deputados estaduais Gil Pereira e Tadeuzinho, dificilmente serão candidatos e podem me cobrar isso depois.
Gil, mesmo tendo sido o mais votado para estadual em Montes Claros, está com a pauta da energia solar e tem no Ministério das Minas e Energia um grande aliado, Alexandre Silveira, que, não bastasse ser amigo pessoal dele, é do seu mesmo partido, o PSD. Já Tadeuzinho, eleito presidente da Assembleia, se cacifou para voos mais altos (não que a Prefeitura de Moc não seja), com muita chance de disputar em futuro próximo eleições para o Senado ou mesmo ser, por exemplo, candidato a vice-governador em alguma chapa majoritária já em 2026.
Dito isso, há uma tendência de polarização nas eleições municipais. De um lado o candidato do prefeito Humberto Souto, que tem grande aprovação popular. Essa candidatura deverá reunir alguns partidos que têm fundo partidário e tempo de televisão expressivos, além, claro, da máquina administrativa do executivo municipal, bem como o apoio do governador Romeu Zema.
Para enfrentar toda essa estrutura, só o PT, com o presidente da República, grande tempo de TV e segundo maior fundo partidário (só perde para o PL de Bolsonaro, que deverá caminhar com o candidato de Humberto Souto ou lançar um bolsonarista raiz sem chance de vitória).
Uma campanha de prefeito é muito diferente de campanha proporcional, por isso não dá para comparar as eleições de 2022 com as de 2024, mesmo que o último pleito tenha colocado alguns nomes em evidência.
Sendo repetitivo, as campanhas precisam ter: 1) tempo de TV e recursos para fazer um bom programa de TV e rádio. Isso custa caro e é a forma mais efetiva de se comunicar com uma cidade desse tamanho. Por causa das inserções ao longo da programação, é tão importante quanto a internet; 2) fundo partidário suficiente para custear a estrutura de mais de uma reunião por dia em todos os cantos da cidade, material gráfico, suporte (santinho e gasolina) para centenas de candidatos a vereador. Não é só ter apelo popular e lançar o nome. Milagres acontecem e candidaturas severinas às vezes decolam, mas é mais fácil ganhar na Mega Sena ou achar agulha no palheiro.
Portanto, quem pretende estar em alguma chapa majoritária nas eleições para o Palácio da Cula Mangabeira, precisa compor com Humberto Souto, com o PT ou fazer um improvável alinhamento com forças que não estão lá muito dispostas a comprar brigas ou gastar desnecessariamente no pleito municipal.
Tem água demais para rolar debaixo da ponte, só ficar em cima do muro é que não será um bom lugar.
Compartilhe: