Relatos de uma nova modalidade de golpe têm assustado motoristas que deixam seus veículos em valets. Mensagens que circulam em redes sociais alertam sobre bandidos clonando controles de garagem e utilizando documentos deixados no porta-luvas para identificar residências e posteriormente assaltá-las.
Em relatos recebidos pela reportagem, é dito que os manobristas encontram o controle remoto de portão no carro, substituem por um “clone”, além de vasculharem documentos que possam indicar o endereço do dono do veículo. Assim, invasores podem saquear residências com facilidade.
“Parei meu carro em um valet, num bar no Itaim (SP) e eu tenho o hábito de deixar o controle da minha garagem dentro dele. O pessoal do valet trocou o controle por um igualzinho, só que não era do meu prédio.”
“E eu também tinha o péssimo hábito de deixar, dentro do manual do proprietário, que ficava no porta-luvas, a nota fiscal de todas as revisões que eu fazia. E essas notas têm o meu endereço. Com o controle e o meu endereço, entraram no meu prédio. Por sorte não levaram nada”, disse uma motorista.
O caso chama atenção pelo fato de que, quando se deixa qualquer bem aos cuidados de outra pessoa, inevitavelmente o dono se coloca em uma posição de vulnerabilidade (especialmente quando falamos de carros, que, para muitos, são a extensão da própria casa). Por outro lado, especialistas em segurança pública defendem que não se deve entrar em pânico toda vez que se utiliza o serviço de valet, pois são casos excepcionais.
“Relatos assim são sempre importantes como alerta. Entretanto, destaco que a forma como casos costumam ser propagados, a exemplo deste, e especialmente em grupos, merecem análise cautelosa, na tentativa de identificar e entender a realidade. Não podemos generalizar e, tampouco, afirmar que, hoje em dia, seja comum a formação de quadrilha entre manobristas.”
“A meu ver, acho muito difícil de acontecer em um serviço sério de valet. Hipóteses para o caso incluiriam, por exemplo, a cooptação de funcionários pela criminalidade, ou que o próprio bandido consiga atuar por conta. O que existe são serviços falsos. Aí sim, estes devem ser identificados pelos condutores para não serem utilizados”, complementa.
Veja dicas para se precaver
Bens e informações pessoais não devem ser deixadas à disposição de qualquer um que possa entrar no carro (que, além de manobristas, podem ser outros prestadores).
Condutores sempre devem atentar-se quanto à procedência, seriedade e autenticidade dos serviços de valet, pois existem serviços falsos.
Ainda que a lei diga que “a empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento” (conforme a súmula 130 do Superior Tribunal de Justiça), é sempre muito complicado reunir provas.
Logo, até mesmo antes de tomar algum tipo de serviço, o condutor deve analisar riscos (tal como tudo o que envolve ter e dirigir um automóvel).
Os bens que não podem ser retirados do carro devem ser registrados, de preferência com foto, antes de ele ser entregue aos prestadores.
Via: uol
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