Após circular nas redes sociais um vídeo em que um cuidadora de crianças, que trabalha em um berçário particular na cidade de Montes Claros, supostamente maltrata um menino de aproximadamente dois anos, a Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso. Depois que o vídeo foi divulgado, vários relatos de ex-funcionários dão conta que esse é um fato recorrente no local.
O vídeo que circula nas redes foi gravado pela tia de uma criança que frequenta o berçário. Em uma mensagem publicada em um grupo de WhatsApp, a mãe da criança contou que a tia do pequeno Arthur foi até o berçário pois no dia anterior o filho havia chegado em casa machucado. No local, ela percebeu que crianças choravam muito, quando fez o registro do vídeo.
Nas imagens é possível ver quando uma das cuidadoras pega um dos meninos pelos braços e aos gritos coloca a criança no canto de uma parede, sacudindo o corpo da criança. Ao que tudo indica, ela estaria reprimindo o pequeno, que não esboçou nenhuma reação, por alguma coisa que ele estaria fazendo.
Com a exposição do fato nas redes sociais, ex-funcionários relataram que há tempos o local trata mal as crianças. Uma ex-colaboradora afirmou que as crianças eram obrigadas a comer, mesmo sem estar com fome, e que inclusive, era comum o uso de remédios para fazê-las dormirem. “Uma vez uma criança passou mal com o remédio. A mãe teve que levá-la para o hospital, foi quando não aguentei mais e saí de lá”, comenta.
Uma outra ex-colaboradora do berçário, comentou em uma postagem que “tinha vezes que as mães iam buscar as crianças mais cedo e a dona não deixava abrir o portão para ganhar tempo e passar uma boa impressão. Falava com as mães que as crianças eram bem tratadas, mas a comida que serviam nem cachorro comia”.
Essa mesma pessoa relatou ainda que as crianças ficavam sujas e só podiam dar banho nelas às 16h, que era o horário que os pais buscavam os filhos. “Na época tinha um menino que chorava bastante, pois ainda estava se adaptando, e a dona falava que podia deixar ele chorar até parar e não deixava as cuidadoras acalentá-lo”, finalizou.
Em nota, as proprietárias do berçário afirmaram que “não é da nossa índole tratar nenhuma criança de maneira agressiva. As providências foram e estão sendo tomadas. A funcionária já não faz mais parte da nossa equipe. Ficamos muito tristes em saber que ainda existem pessoas que conseguem tratar crianças de maneira fria e desrespeitosa. Tanto eu, Patrícia, e a minha sócia, Fabrícia, somos mães e jamais deixaríamos qualquer funcionário ter tal ato na nossa frente ou sob o nosso conhecimento. Repudiamos qualquer tipo de violência contra crianças”.
De acordo com a Polícia Civil, o inquérito foi instaurado e as testemunhas foram identificadas e na tarde desta quinta-feira, 10 de novembro, vão prestar depoimento na 1ª Delegacia Distrital. Em relação à cuidadora, que é suspeita de maus-tratos, esta também foi identificada e será intimada para prestar esclarecimentos.
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