O presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretou, nesta quarta-feira (21/9), a primeira mobilização do país desde a Segunda Guerra Mundial. De acordo com o chefe de Estado, o Ocidente quer “destruir e dividir” a nação russa e, por isso, a medida será tomada. A intenção é convocar 300 mil cidadãos – que já tiveram alguma experiência militar – para a guerra contra a Ucrânia.
Em pronunciamento, o líder russo falou que pode usar armas nucleares caso a soberania do país seja ameaçada. “Isso não é um blefe. O objetivo do Ocidente é enfraquecer, dividir e destruir nosso país. Eles dizem que em 1991 foram capazes de dividir a URSS, e agora chegou a hora da própria Federação Russa, que deveria se dividir em muitas regiões em guerra”, assinalou.
Putin alertou que Moscou vai se defender com todo o seu vasto arsenal. “Não temos o direito moral de entregar pessoas próximas a nós para serem despedaçadas pelo carrasco. Não podemos deixar de responder ao desejo deles de determinar seu próprio futuro”, disse.
Motivação
A medida ocorre um dia após quatro regiões controladas por Moscou no leste e no sul da Ucrânia anunciarem que farão referendos para fazer parte da Rússia. As duas regiões separatistas do Donbas, Donetsk e Luhansk, juntamente com Kherson e Zaporizhzia, pretendem conduzir as votações ainda nesta semana, em um ato que busca impedir as investidas ucranianas para retomar essas áreas.
Na prática, caso a população aprove a anexação, Moscou passaria a considerar as quatro regiões como parte de seu próprio território. Em caso de investida ucraniana contra essas áreas, Putin entenderia como ataque à nação russa, o que poderia provocar retaliações, inclusive com armas nucleares.
O mandatário disse que seu objetivo é “libertar” a região do Donbass, no leste da Ucrânia. E afirmou que a maioria das pessoas que vivem em regiões sob controle russo não quer mais ser governada por Kiev.
Mobilização parcial
De acordo com o líder russo, só serão convocados para o serviço militar os cidadãos que se encontrem na reserva e, sobretudo, os que serviram nas Forças Armadas, que possuam determinadas especialidades militares e experiência relevante.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, diz que o decreto prevê a convocação de 300 mil cidadãos.
Além disso, os convocados para o serviço militar passarão, antes de serem enviados às unidades, por treinamento militar adicional.
“O regime de repressão em toda a Ucrânia foi fortalecido da maneira mais severa. A política de intimidação, terror e violência assume formas bárbaras cada vez mais terríveis”, pontuou. O presidente russo afirmou que as instruções sobre a mobilização já foram dadas ao Ministério da Defesa e, no menor tempo possível, serão colocadas em prática. A previsão é de que a movimentação comece nesta quarta.
[Com informações de Metrópoles]
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