
Com o objetivo de alinhar com gestores de saúde ações voltadas para o aumento das coberturas vacinais contra a covid-19 e a febre amarela, nesta terça-feira (1º) o Grupo de Análise e Monitoramento da Vacinação em Minas Gerais – (Gamov) realizou videoconferência envolvendo os municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros – (SRS).
Além de representantes dos municípios, o evento contou com a participação da coordenadora do Gamov em Minas Gerais, Janaína Fonseca Almeida; da referência técnica da Coordenadoria Estadual de Atenção Primária à Saúde, Kátia Ramos Pereira; gestores do Conselho de Secretarias de Saúde de Minas Gerais – (Cosems); a coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes e a superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques.
Durante a videoconferência, Janaína Fonseca destacou a necessidade dos municípios intensificarem as ações de mobilização da população quanto à importância da manutenção das cadernetas de vacinação em dia, não só em relação à imunização contra a covid-19, mas também frente a outras doenças que podem ser evitadas por meio de vacinas disponibilizadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde – (SUS).
Em relação à vacinação contra o novo coronavírus, dados da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – (SES-MG) apontam que sete municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros apresentam alto grau de alerta por apresentarem baixas coberturas vacinais, com aplicação das duas doses de uma das vacinas na população com idade acima de 12 anos (Astrazeneca, Coronavac, Pfizer) ou da dose única da Janssen. Os municípios com menores percentuais de cobertura são: Padre Carvalho (57,4%); Botumirim (65,2%); Indaiabira (66,9%); Mirabela (67%); Pai Pedro (73,9%); Taiobeiras (73%) e Vargem Grande do Rio Pardo (75,2%).
Outros 30 municípios estão classificados com o grau de alerta médio, com índices de cobertura vacinal contra a covid alcançando 86,2%. São Eles: Berizal; Francisco Sá; Jaíba; Matias Cardoso; Rio Pardo de Minas; Bocaiúva; Cristália; Gameleiras; Grão Mogol; Itacambira; Josenópolis; Riacho dos Machados; Santo Antônio do Retiro; Serranópolis de Minas; Verdelândia; Capitão Enéas; Catuti; Coração de Jesus; Espinosa; Francisco Dumont; Fruta de Leite; Jequitaí; Joaquim Felício; Lagoa dos Patos; Mamonas; Montezuma; Nova Porteirinha; Olhos D´Água; São João do Pacuí e São João do Paraíso.
FEBRE AMARELA
A SES-MG também alerta os municípios quanto à necessidade de intensificar a busca ativa da população não vacinada contra a febre amarela. Isso porque, o vírus causador da doença continua circulando na região visto que, em 2021, foram encontrados primatas mortos nos municípios de Coração de Jesus, Juramento e São João da Lagoa.
Embora entre 2019 e 2021 a SES-MG tenha repassado mais de 115 mil doses de vacinas contra a febre amarela aos 86 municípios que compõem a macrorregião de saúde do Norte de Minas, a estimativa é de que 174 mil 825 pessoas não estão com o esquema vacinal completo.
Dados da SES-MG estimam que 18 mil 062 crianças e adolescentes até 14 anos não estão imunizados contra a febre amarela. Outras 152 mil 610 pessoas, com idade entre 15 e 59 anos não vacinaram ou estão com o esquema de imunização incompleto. O mesmo acontece com 4 mil 151 pessoas com idade acima de 60 anos.
Em 25 municípios que compõem a área de atuação da Gerência Regional de Saúde – (GRS) de Januária a estimativa é de que 17 mil 081 pessoas não estão imunizadas contra a febre amarela. Já em sete municípios da GRS de Pirapora são 13 mil 707 pessoas não vacinadas contra a doença.
Por outro lado, a estimativa do maior contingente de pessoas não imunizadas contra a febre amarela está em 54 municípios da área de atuação da SRS de Montes Claros. São 144 mil 037 pessoas.
Em 23 municípios, onde 67 mil 162 pessoas não estão imunizadas, a cobertura vacinal contra a febre amarela está abaixo de 95%. São as seguintes localidades: Rubelita (67,45%); Novorizonte (74,54%); Francisco Sá (75,32%); Nova Porteirinha (78,89%); Itacambira (85,82%); Mato Verde (80,77%); Joaquim Felício (82,09%); Verdelândia (83,04%); Pai Pedro (87,04%); Santa Cruz de Salinas (89,85%); Indaiabira (87,38%); Berizal (90,96%); Capitão Enéas (90,74%); Grão Mogol (90,38%); Montezuma (94,71%); Mirabela (94,07%); Janaúba (93,97%); Coração de Jesus (93,84%); Salinas (93,70%); Rio Pardo de Minas (92,97%); Porteirinha (92,12%); Espinosa (91,49%) e Taiobeiras (90,34%).
MONTES CLAROS
Em Montes Claros, que possui a maior população do Norte de Minas, embora a cobertura vacinal contra a febre amarela esteja com percentual de 96,06%, dados contabilizados pela SES-MG apontam que 61 mil 370 pessoas estão com o esquema vacinal incompleto.
Na faixa etária de um ano, 2 mil 555 crianças não estão vacinadas contra a febre amarela, população esta que aumenta para 58 mil 815 pessoas com idade entre 15 e 59 anos.
RECOMENDAÇÕES
A coordenadora do Gamov em Minas Gerais, Janaína Fonseca e a coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes chamam a atenção para a importância da população manter o alerta contra a covid-19, bem como para a vacinação contra outras doenças que podem ser prevenidas por meio de vacinas.
Os municípios devem manter as equipes de vacinação completas para o atendimento da população, registro, inserção e monitoramento de dados nos sistemas de cadastro de imunização do Ministério da Saúde. Isso permitirá que tanto os próprios municípios como o Ministério da Saúde e a SES-MG façam o acompanhamento das coberturas vacinais e, em caso de necessidade, adotem outras estratégias de apoio aos municípios para a busca ativa da população não imunizada.
Nesse contexto, a Coordenadoria de Atenção Primária à Saúde da SES-MG ressalta a importância da integração de ações entre os serviços de vigilância epidemiológica e de atenção primária dos municípios. Os agentes de controle de endemias e os agentes comunitários de saúde devem realizar visitas domiciliares juntos, alertando a população para a importância do combate do mosquito Aedes aegypti transmissor de arboviroses (dengue, febre chikungunya e zika vírus).
Os agentes de saúde também devem orientar a população quanto aos cuidados com as doenças respiratórias, além de monitorar os cartões de vacinas da população a fim de evitar que doenças que atualmente estão sob controle venham a ser novamente notificadas em virtude dos baixos índices de cobertura vacinal, como é o caso da febre amarela.
Outra recomendação é que todas as unidades de saúde dos municípios disponham de salas de vacinas para facilitar o atendimento da população. As unidades devem funcionar em horários alternativos (à noite e nos finais de semana), para possibilitar às pessoas que trabalham durante o dia tenham outras opções de acesso aos serviços de saúde.
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