Com o período de estiagem, além da falta de recursos hídricos, o homem do campo se preocupa com a possibilidade de incêndios e as suas consequências, como os prejuízos com as pastagens, lavouras e animais.
“Em apenas um dia tivemos o registro de produtores que perderam 50%, 60% e até 100% do pasto. Em uma delas, foi um curto circuito da rede de energia”, contou o Presidente da Sociedade Rural de Montes Claros, José Moacyr Basso.
Ele alerta que os produtores devem adotar medidas preventivas nas propriedades, como a construção de aceiros.
“O momento é de evitar queimadas nas fazendas, pois o clima, o vento, tudo ajuda a propagação do fogo, portanto, o momento é de cautela”, falou José Moacyr, que pediu mais empenho e apoio dos Bombeiros no combate aos focos de incêndio na região.
Casos reais
O pecuarista Leônidas Miranda informou que o incêndio na propriedade dele começou por volta das 13h30 e há suspeita de que foi um estouro no transformador na rede de energia, na fazenda vizinha a dele.
O fogo destruiu 60% do pasto, danificou cerca, um depósito, mourões e ainda se alastrou em três propriedades. Numa delas deixou um rastro de destruição, acabando com a totalidade da pastagem.
“Começamos a apagar os focos com caminhão-pipa, foram quatro no total, além disso, fizemos aceiros emergenciais com tratores. Os Bombeiros chegaram à propriedade por volta das 20h e ficaram até às 23h30. Depois disso, nós permanecemos no local até às 2h40, finalizando o trabalho de combate. Uma equipe da fazenda ajudou nos trabalhos com bombas costais e todas as medidas para acabar com o incêndio”, finalizou Leônidas.
A propriedade tem animais de alta qualidade genética, uma das preocupações do pecuarista. Os vaqueiros e funcionários retiraram o gado para uma região mais afastada para evitar prejuízo maior.
Em outro ponto da região, o produtor rural Sérgio Peres, se juntou ao grupo de uma fazenda vizinha a dele. Foram dois dias de intenso trabalho. A área incendiada fica a dois quilômetros da sede dele e poderia afetar outras três propriedades.
“Graças a Deus não chegou lá em casa. O foco estava entre as comunidades de Camarinhas e Campo Grande, no Município de Francisco Sá. O serviço contou com 25 pessoas e com os Bombeiros. Ainda estamos monitorando”, descreveu Sérgio.
Caminhos para evitar queimadas
Porém, apesar de todas essas orientações para prevenção, os incêndios fatalmente podem ocorrer na zona rural. O Corpo de Bombeiros alerta para dois caminhos: a suspensão das queimadas e a construção dos aceiros é o que explicou o 2º Tenente Kollek Pereira da Silva, da Assessoria de Comunicação dos Bombeiros de Montes Claros.
Proibição
Conforme o Decreto Nº 10.735, de 28/06/2021, está suspensa a permissão do emprego do fogo, no território nacional pelo prazo de 120 dias.
Aceiros
De acordo com Tenente Kollek, todo o efetivo Operacional além da administração está sendo empenhado nos diversos incêndios da região todos os dias, entretanto devido a alta demanda, estão sendo priorizados os casos em que há risco à vida humana, às residências, aos currais além de rebanhos. Em algumas situações, o combate direto é impossível devido à intensidade das chamas, sendo necessária a construção de aceiros.
Ele explica que devido a esse obstáculo, o Governo de Minas, orienta por meio da Lei nº 20.922, de 16 de outubro de 2013, que dispõe sobre as políticas florestais e de proteção à biodiversidade no Estado, que o proprietário ou possuidor rural de área de floresta e de demais formas de vegetação e seus prepostos são obrigados a adotar medidas e normas de prevenção contra incêndio florestal, na forma de regulamento. A finalidade é prevenir a passagem do fogo para área de vegetação, evitando assim queimadas ou incêndios.
Segundo o boletim dos Bombeiros, somente na terça-feira (14), foram 11 ocorrências de incêndios em vegetação, em Montes Claros, Janaúba, Salinas, Januária, Brasília de Minas, tanto na zona rural quanto urbana.
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