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Vacinação antirrábica tem previsão de alcançar 240 mil animais na área da Superintendência Regional de Saúde (SRS)

Campanha começa na próxima quarta (1⁰), em 54 municípios da região

Campanha começa na próxima semana/ Foto: Pedro Ricardo/ SRS Montes Claros

Dezenove municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) começam na próxima quarta-feira (1º), a realização da campanha de vacinação antirrábica. A previsão é de que, até 29 de outubro, sejam vacinados cerca de 240 mil cães e gatos em 54 municípios.

Nas últimas semanas a SRS entregou 246.780 doses de vacinas aos municípios. Assim como nos anos anteriores, o quantitativo teve acréscimo de 5% em relação a 2020. Os municípios que receberam maior quantidade de vacinas foram: Montes Claros (60 mil doses); Bocaiúva (12 mil 100); Janaúba (11 mil 375); Francisco Sá (11 mil); Rio Pardo de Minas (10 mil 300); Porteirinha (8 mil 375); Jaíba (8 mil 150); Taiobeiras (7 mil 425); Salinas (6 mil 400); Espinosa (7 mil 300) e Coração de Jesus (6 mil 675).

Dia 1º de setembro os municípios que vão iniciar a campanha são: Berizal; Bocaiúva; Coração de Jesus; Curral de Dentro; Engenheiro Navarro; Francisco Dumont; Jaíba; Jequitaí; Joaquim Felício; Juramento; Lagoa dos Patos; Mirabela; Ninheira; Nova Porteirinha; Olhos D´Água; Rio Pardo de Minas; Rubelita; Santa Cruz de Salinas e Serranópolis de Minas. Em Montes Claros a vacinação começa dia 11 e terminará dia 5 de outubro.

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes explica que já foram repassadas orientações às secretarias municipais de saúde a respeito da implementação da campanha de vacinação antirrábica, bem como em relação às providências que devem ser tomadas para que seja alcançada a meta de vacinação de 100% dos animais.

“Devido à pandemia da covid-19 os municípios devem adotar várias medidas de segurança, entre elas o uso de luvas e máscaras por parte dos aplicadores de vacina; higienização constante das mãos com água e sabão; manutenção do distanciamento social; evitar aglomerações e o contato físico com o proprietário dos animais e outras pessoas. Dependendo da situação de cada localidade a Secretaria de Estado da Saúde também recomenda que os municípios implementem a campanha de casa em casa, evitando com isso a ocorrência de aglomerações de pessoas e assegurando que todos os animais sejam vacinados dentro do prazo previsto de 45 dias nas zonas urbanas e rurais”, acrescenta Agna Menezes.

Transmissão

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda que acomete mamíferos, inclusive o homem. Se caracteriza como uma encefalite progressiva com letalidade de aproximadamente 100%. Trata-se de uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano pela vacinação de cães e gatos, além da existência de medidas eficientes de prevenção, como a imunização humana; a disponibilização de soro antirrábico humano e a realização de bloqueios de foco. A doença é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A doença também pode ser transmitida pela arranhadura ou lambedura desses animais.

O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. Nos cães e gatos a eliminação de vírus pela saliva ocorre de dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre cinco e sete dias após a apresentação dos sintomas.

Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os morcegos podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.

Sintomas

Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de dois a dez dias. Nesse período, o paciente apresenta mal-estar geral; pequeno aumento de temperatura; anorexia; cefaleia; náuseas; dor de garganta; entorpecimento; irritabilidade; inquietude e sensação de angústia.

Podem ocorrer inchaço, aumento da sensibilidade ao tato ou à dor, frio, calor, formigamento, agulhadas, adormecimento ou pressão no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento.

A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como: ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes; febre; delírios; espasmos musculares involuntários, generalizados ou convulsões.

Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”). Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.

O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de dois a sete dias.

Tratamento

A confirmação laboratorial em vida, ou seja, o diagnóstico dos casos de raiva humana, pode ser realizada pelo método de imunofluorescência direta, em impressão de córnea, raspado de mucosa lingual ou por biópsia de pele da região cervical.
A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando negativas, não se pode excluir a possibilidade de infecção. A realização da autópsia é de extrema importância para a confirmação diagnóstica.

A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição ao vírus. Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, é importante salientar que nem todos os pacientes de raiva, mesmo submetidos ao protocolo sobrevivem.

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