Um vereador de Verdelândia foi preso na noite desta quarta-feira (26) suspeito de chefiar uma quadrilha especializada em homicídios e furtos de gados no Norte de Minas.
Segundo a Polícia Civil, o homem estava foragido desde maio e tinha um mandado de prisão em aberto. Nesta terça ele procurou a delegacia de Jaíba e se entregou acompanhado de um advogado, mas se manteve calado durante os questionamentos.
Ele é alvo da operação “Boi de ouro”, desencadeada no dia 18 de maio, investiga furtos de gado na região da Serra geral e foi deflagrada nas cidades de Jaíba, Janaúba e Verdelândia, quando foram cumpridos 18 Mandados de Busca e Apreensão e nove pessoas da mesma família foram presas. Na época, o vereador conseguiu fugir pelo mando no momento da ação dos policiais.
Durante a Operação que leva o apelido de um dos líderes da organização, foram apreendidos duas polveiras, duas pistolas 9mm, um revólver calibre 38, munições, a quantia em espécie de RS 100 mil, eletrônicos e Jóias.
O suspeito encontra-se no Sistema Prisional à disposição da Justiça.
A operação
A quadrilha vinha sendo investigada desde o mês de novembro de 2020, e os mandados foram motivados devido a dois homicídios ocorridos em 2017 e 2019, quando dois integrantes da organização criminosa resolveram sair do grupo.
“A investigação começou devido a dois homicídios ocorridos em Janaúba, nos anos de 2017 e 2019, quando dois vaqueiros, de 30 e 35 anos, foram vítimas. A morte dos dois homens foi motivada por ‘queima de arquivo’, uma vez que eles faziam parte da organização criminosa chefiada pela família, especializada em furtos de gados na região. Assim que quiseram abandonar a associação criada pelos parentes foram mortas. A família com receio de ser delatada, encomendava os homicídios”, explicou a PC, na época.
Em nota, a PC esclareceu que o corpo de um dos vaqueiros ainda não foi identificado, e que ainda está no Setor de Criminalística para que o perfil genético seja identificado. Além disso, a polícia ainda tenta localizar o corpo do outro vaqueiro, que está desaparecido. A PC acredita que que a ocultação do cadáver pode ser uma estratégia para dificultar as investigações.
Além das mortes ocorridas em 2017 e 2019, a PC ainda investiga o envolvimento da família em um homicídio, ocorrido em Jaíba. Na época, um dos líderes da organização foi vítima de homicídio em 2020, quando praticava furto de gado. A morte de um dos irmãos levou a fúria da família, que por retalhação encomendou a morte do suspeito pelo valor de R$ 20 mil.
Patrimônio da organização
A Polícia afirmou ainda que o patrimônio adquirido por meio de crimes e fraudes possibilitou que os investigados vivessem uma vida de ostentação, com acervo milionário. Com isso, conforme a PC, as vendas dos produtos de furto destinados a abastecer o comércio de carne nas cidades da região, o grupo atingiu um enriquecimento fraudatório.