Oito detentos do Presídio de Januária I, no Norte de Minas, irão trabalhar em uma fábrica de bloquetes instalada no interior da unidade. Inaugurada na última terça-feira (06), a estrutura é fruto de uma parceria com a prefeitura de Pedras de Maria da Cruz, município localizado a 15 quilômetros de Januária, e com a comarca local. Os internos empregados têm a pena reduzida em troca dos serviços prestados.
O trabalho no sistema prisional busca promover a dignidade humana, com finalidade educativa e produtiva, configurando-se como uma importante ferramenta de ressocialização. Para o diretor do presídio, Roderlei Lima dos Santos, “a atividade proporciona formação profissional e traz outros benefícios, como condicionamento psicológico e comprometimento social”. “Também ajuda a evitar o ócio, possibilitando uma melhora significativa no comportamento e na disciplina do detento”, acrescenta.
Vantagens
Além de cumprirem uma função social, contribuindo para a pavimentação e a recuperação de vias públicas, os presos recebem remição de pena: a cada três dias trabalhados, um é subtraído da pena. Outra vantagem destacada pelos custodiados que receberam a oportunidade de trabalho na fábrica é capacitar-se para o desenvolvimento de um novo ofício.
“Achei a iniciativa maravilhosa, porque dá emprego para a gente. Assim, aprendemos mais e podemos ajudar a família depois”, afirma Vicente Alves, de 40 anos. “Era uma coisa com o que eu ainda não tinha mexido, um serviço que não sabia. Gostei muito”, comenta o colega Eniu Correia, de 41 anos.
Os custodiados foram selecionados para atuar na fabricação das peças de concreto pela Comissão Técnica de Classificação (CTC). O grupo multidisciplinar de servidores é formado por assistente social, psicólogo, enfermeiro e representante do núcleo de segurança. São avaliados critérios como aptidão para o trabalho, disciplina e o indivíduo já ter sido condenado.