A Polícia Federal desencadeou na manhã desta quarta-feira (30), a Operação “Reborn”, para combater crimes de associação criminosa, falsidade ideológica e criação de documentos falsos. Segundo informações divulgadas pela PF, a investigação encontrou indícios de que uma pessoa responsável pelo cartório de registro civil em uma cidade do Norte de Minas pode ter lavrado certidões falsas. A polícia não divulgou o nome da cidade devido ao sigilo das investigações.
“As investigações tiveram início a partir da análise de documentos apreendidos durante a deflagração da Operação Policial ‘STELLIO’, que desvendou fraudes no saque de créditos de precatórios judiciais por meio de procurações falsas. Da análise desses documentos, surgiram indícios de que, além de procurações, certidões de nascimento falsas eram lavradas pela responsável por um cartório de registro civil localizado no Norte de Minas. Em posse dessas certidões de nascimento ideologicamente falsas, eram fraudados documentos de identificação expedidos por vários órgãos, como carteiras de identidade, CPFs, títulos eleitorais e CNHs; além da criação de uma pessoa jurídica, cadastramento de biometria eleitoral, cadastramento de veículos e solicitações de auxilio emergencial”, explicou a PF, por meio de nota.
A operação “Stellio”, citada pelo PF, foi desencadeada em 2019, quando oficiais de um cartório da cidade de Luislândia e São Francisco, no Norte de Minas, foram alvo de investigação e o cartório de Luislândia foi fechado. Com o que foi apurado nas investigações, a polícia constatou que o perfil dos beneficiários desses documentos falsos se tratavam de foragidos da Justiça, pessoas com ficha criminal, golpistas alvos de demandas na Justiça cível por prática de pirâmide financeira e imigrantes ilegais vindos de países árabes.
“Todos buscando nova identidade para se furtar dos comprometimentos jurídicos que recaiam sobre seus verdadeiros nomes. Apurou-se ainda que um brasileiro, com cidadania norte-americana e procurado pela INTERPOL por condenação a mais de 20 anos de prisão nos Estados Unidos da América, estava vivendo em Florianópolis/SC, com uma dessas identidades falsas. Documentos de identificação obtidos mediante fraude também foram utilizados para atividades econômicas em contas bancárias em grandes instituições financeiras brasileiras”, relatou a polícia.
A 2ª Vara da Subseção Judiciária da Justiça Federal de Montes Claros expediu 13 mandados de busca e apreensão, cerca de 70 policiais federais e servidores aturam na operação que cumpriu os mandados nas cidades de Belo Horizonte (única com três mandados), Divinópolis, Ribeirão das Neves, Igarapé e Lagoa Santa, em Minas Gerais; São Paulo, Tatuapé e Votorantim, em São Paulo; Florianópolis e São José, em Santa Catarina; e Vila Velha, no Espírito Santo.
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