A Sociedade Rural realizou a abertura oficial da 47ª Exposição Agropecuária de Montes Claros na manhã desta terça-feira (29). Neste ano, a solenidade foi feita de forma remota, com a participação de autoridades por meio de videoconferência.
Segundo a Sociedade Rural, neste ano, a proposta foi pensada em conciliar conhecimento, integração e valorização do homem do campo. No discurso, o presidente José Moacyr Basso, falou sobre a força diante os desafios enfrentados pelo produtor rural durante a pandemia e ratificou as características da Expomontes para a elevação do trabalho no campo.
“Palco da economia regional, feira agropecuária, interação do meio rural, difusora de tecnologia, promotora de desenvolvimento, palanque de reinvindicações, sala para debates, oportunidade de negócios. A Expomontes, evento que marca a grandeza do agronegócio do Norte de Minas, chega a sua 47ª edição com valiosa bagagem, e, enfrenta com coragem o grande desafio que a pandemia nos impôs. Hoje ela retrata o momento em que vivemos e toma posse de seu lugar de referência no cenário regional, em um formato diferente, mas com a mesma identidade, propósitos e compromissos”, ressaltou.
Basso ainda ressaltou que o novo formato tem permitido se aproximar do público e alcançar locais ainda mais distantes. “Neste momento, abrimos a Expomontes para viajar por ondas que nos permitem chegar nos 4 cantos do mundo. Inauguramos um evento on-line, e seremos capazes de alcançar um maior número de produtores rurais e interlocutores, com eficiência e rapidez. Desta maneira, desenhamos a Expomontes 2021 em um ambiente virtual com leilões, estandes, exposição de bovinos e equinos, feira da agricultura familiar em delivery, palestras com filmagens em fazendas, agências bancárias com linhas de crédito diferenciado”, disse o presidente.
Além de destacar a questão da força do homem do campo, Basso demonstrou insatisfação ao falar das acusações contra a classe produtora. Ele ratifica, ainda, que enquanto o governo federal está mais propício a ajudar no avanço do setor, o governo estadual tem dificultado o exercício no campo, impondo regras que atrapalham o dia-a-dia do produtor.
“Por isso, e mais uma vez, é preciso dizer que, problema para a classe rural é perceber a indiferença quanto às nossas dificuldades. É preciso dizer que existe um movimento neste país que insiste em colocar o produtor rural como um grande vilão, como um depredador do meio ambiente, quando na verdade vivemos outra realidade.
No Brasil, cabe ao produtor rural a tarefa de preservar o meio ambiente quando em outros países este papel é dos governos”.
“Enquanto assistimos o Governo Federal lutar o bom combate de redução do velho inimigo da produção, conhecido como Custo Brasil, melhorando não só a infraestrutura de estradas, pontes, rodovias e portos, mas também o ambiente de negócios com menos burocracia e restrições à produção, vemos aqui no nosso estado um movimento contrário. Para nossa tristeza, o governo estadual está criando novas exigências ambientais que não fazem o menor sentido, motivo de grande decepção da classe produtora”, completou.
O prefeito de Montes Humberto Souto (Cidadania) também participou da solenidade através de videoconferência. Na oportunidade, ele destacou a força costumeira dos produtores rurais do Norte de Minas, mesmo lidando com problemas históricos como a falta de água.
“A luta com as dificuldades naturais da seca está presente a cada ano no dia-a-dia do produtor a quem referencio neste momento como aquele que está fazendo a oportunidade. Mostrando coragem, esperança, perseverança e sobreviver às dificuldades enfrentadas pela falta de água. Estamos todos trabalhando na reconstrução das propriedades, drasticamente afetadas pela seca. Mas, paralelo a isso, a região cresce, a região desenvolve. Parece um milagre o que acontece! Se não fosse por essa capacidade de produzir e desenvolver, era impossível sobreviver nesse processo tão cruel como sofre a nossa região”, comentou Souto.
O ex-ministro de agricultura, Dr. Alisson Paolinelli, foi o homenageado no lançamento da Expomontes. Durante a fala, ele defendeu a ideia de que embora a região sofra com a questão hídrica, tem grande potencial para desenvolvimento.
“A área do semiárido brasileiro nunca foi problema. Ela é uma solução. O clima é extremamente favorável. Temos calor, temos luz. Temos solo e temos gente que pode fazer isso. Eu peço encarecidamente a essas lideranças do Norte de Minas, especialmente Montes Claros, que ela trabalhe no sentido que projetos como o de Jaíba possam ser completados. Faço advertência às lideranças do setor produtivo, vocês tem um campo político a favor. O mundo que depende de nós. Hoje, nós exportamos para mais de 200 países do mundo e abastecemos uma população aproximadamente de 1 bilhão de pessoas”, finalizou Paolinelli.
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