DECEMBER 9, 2022

Escola da aldeia do povo Xakriabá é incendiada em São João das Missões, no Norte de Minas

Suspeita da PM é que incidente tenha sido provocado; cacique da aldeia considera como “bárbaro” o ocorrido

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PM informou que incêndio começou por volta das 2h30 da manhã/ Vídeo: Divulgação

Uma escola localizada na Aldeia do Barreiro Preto, onde vivem indígenas da etnia Xakriabá, foi incendiada na madrugada desta quinta-feira (24), em São João das Missões, no Norte de Minas. Segundo a Polícia Militar, a ocorrência foi por volta das 2h30 da manhã e foram atingidos três pontos distintos na aldeia: a escola, a casa de medicina, e o laboratório de informática.

Pela manhã, a Polícia Militar compareceu à aldeia e registrou o Boletim de Ocorrência.

“Nós fomos no local e apuramos sobre o ocorrido. Foram atingidos três pontos distintos com distância entre 50 a 100 metros um do outro. Os moradores relataram que a suspeita é de que o incêndio tenha sido criminoso”, informou o cabo Rogério Torres Rocha.

Em um vídeo, o cacique Domingos Nunes lamentou o ocorrido. Ele acredita que o fogo tenha sido ateado de forma criminal.

Cacique Domingos Nunes lamentou o ocorrido e pede justiça/ Vídeo: Divulgação

“É lamentável esse acontecimento com a nossa escola. No local está a biblioteca, a secretaria da escola, onde foi queimado, colocado fogo criminalmente e todos os arquivos foram queimados, a história da nossa escola. Além dos arquivos da secretaria, queimou todos os computadores e também queimou a nossa casa de medicina, que é uma das principais que temos da medicina tradicional, na qual a gente vem sempre lutando para preservar”.

Ainda no vídeo, Domingos pede que os possíveis autores sejam punidos. “A gente sabe que foi um crime bárbaro contra todo o nosso povo. Contra a nossa educação. Por isso, a gente espera que a justiça possa tomar as providências e chegar aos autores que praticou esse crime tão bárbaro. Até então, a gente não tem como afirmar quem foi, mas esperamos que que a justiça, o estado possam contribuir para que chegue nesses autores e eles sejam punidos da forma que deve ser. É o que nosso povo espera, porque todo mundo está revoltado com a situação”.

A PM informou, ainda, que está aguardando a perícia civil chegar na cidade para retornarem a aldeia.

A Tempo enviou um pedido de posicionamento da Federação Nacional do Índio (Funai) e aguarda retorno.

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