O governador Romeu Zema (Novo) apresentou o Plano Integrado de Desenvolvimento do Norte e Nordeste, com ações previstas para execução em 2021 e 2022. O plano prevê R$ 1,43 bilhão em investimentos, com geração de 143 mil empregos e ações em áreas como e Desenvolvimento Econômico e Social, Infraestrutura e Segurança Hídrica.
Na cerimônia de lançamento do Plano Integrado de Desenvolvimento, ocorrida na última quarta-feira (09), em Araçuaí, Zema destacou o empenho da gestão para levar água potável às famílias de comunidades da região, principalmente neste momento de pandemia, quando a higienização precisa ser redobrada. Essa é uma das ações que integram o plano e que já foi executada.
“Quero deixar claro como eu me sinto feliz em participar deste gesto que, do meu ponto de vista, não tem nada de grandioso, mas tem muito de transformador. Pois sem água nós todos sabemos que não tem como ter uma vida digna. Uma região que depende de caminhão-pipa é uma região que nunca vai se desenvolver porque água é fundamental, é um recurso para a sobrevivência, para questões básicas”, lembrou.
Ele também reafirmou o compromisso do governo estadual de promover desenvolvimento para todos mineiros.
“Estamos aqui ao lado de vocês. Contem comigo, com a minha equipe. Somos todos mineiros. Não existe mais esta questão de região esquecida, estamos todos no mesmo barco”, disse.
O prefeito de Araçuaí, Tadeu Barbosa, destacou a importância do projeto para a cidade e para a região.
“Queremos caminhar lado a lado com esse governo, para que essas ações se transformem em realidade. Temos uma riqueza enorme na questão hídrica, e uma dificuldade enorme de direcionar essa água. Cabe a nós como gestores públicos simplesmente fazer. Vetorizar todas as forças – federal, estadual e municipal – para que a gente tenha a transformação do Vale do Jequitinhonha naquilo que ele sempre deveria ter sido”, afirmou.
Abastecimento de água
Para atender 5 mil pessoas que não tinham acesso à água em municípios dos Vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas, que sofrem com escassez hídrica durante todo o ano, o governo estadual contratou 50 Sistemas Integrados de Abastecimento de Água (SIAA), totalizando R$ 11,5 milhões investidos. Famílias de comunidades da região de Itinga, contempladas pelos novos sistemas, participaram da agenda desta quarta-feira em Araçuaí.
O SIAA é considerado um sistema completo e um avanço em relação aos poços artesianos tradicionais. O projeto tem o poço perfurado e no seu entorno é feita uma estrutura completa e segura, inclusive do ponto de vista de saúde. A água passa pelo processo de tratamento e em seguida é levada ao reservatório instalado e dele é distribuída às residências por meio de tubos. Todas as famílias cadastradas ainda recebem uma caixa d’água de 500 litros. Cada sistema tem um custo de R$ 230 mil.
Investimentos do Plano
Para os Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, haverá investimento de R$ 484 milhões, estimativa de geração de mais de 57 mil empregos e impacto sobre a vida de 162 mil mineiros.
Já no Norte do estado, a expectativa a de que o plano leve investimentos de R$ 945 milhões, com a geração de 86 mil empregos e impacto direto em mais de 230 mil pessoas.
Durante o lançamento, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, afirmou que grande parte dos investimentos serão voltados para melhorar a infraestrutura da região.
“Dividimos em eixos e o primeiro deles é infraestrutura. Falar de desenvolvimento sem falar de infraestrutura é deixar uma perna manca. Então, nós temos várias ações neste plano de infraestrutura, seja viária, de barragem, barraginha, tudo isto está sendo previsto, inclusive com algumas ações que compõem o acordo com a Vale”, explicou.
Ele também ressaltou que toda a destinação realizada pelo plano será feita de forma transparente.
“Nós vamos agir com a máxima transparência. A ideia é que este plano esteja no site da secretaria ou do Idene com o status de realização de cada um destes projetos para que tenhamos transparência e que todos vocês possam acompanhar”, disse.
Segundo o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), que está à frente do plano, os recursos estão garantidos para as ações.
Nordeste
Na região Nordeste, que inclui os Vales de Minas, o plano será desenvolvido em 30 ações, como a pavimentação da BR-367, no trecho compreendido entre os municípios de Almenara e Salto da Divisa, um antigo anseio da população.
Está prevista ainda a intensificação da regularização fundiária, com a expectativa de entregar 3.800 títulos, além da ampliação da rede de distribuição de energia junto à Cemig nas cidades de Águas Vermelhas, Capelinha, Coroaci, Governador Valadares, Malacacheta, Minas Novas, Serro e Turmalina.
Na área de Segurança Hídrica, uma importante demanda da região, há ações para a perfuração, equipagem e energização de poços artesianos, a instalação de reservatórios de água e implementação de rede de distribuição, assim como a entrega de kits de acesso à água a comunidades.
Norte
Na região Norte, o plano será desenvolvido em 35 ações, como o apoio para o desenvolvimento dos arranjos produtivos locais, a construção de pontes sobre o Rio São Francisco nas cidades de São Francisco, Itacarambi e São Romão.
Ainda estão previstas ações para a melhoria da infraestrutura dos municípios da região por meio da conclusão de convênios em andamento e de parceria com prefeituras para pavimentação de bairros ou melhorias asfálticas nos municípios.
Há, também, projeto para a pavimentação e melhoria asfáltica da MG-402, com pavimentação do trecho entre os municípios de Pintópolis e Urucuia.
Em relação à segurança hídrica, o plano propõe implementar, em parceria com o governo federal, o Projeto Hidroagrícola de Jequitaí e acompanhar a retomada das obras de construção.
Para o diretor-geral do Idene, Nilson Borges, as intervenções vão levar, além de desenvolvimento econômico, melhorias sociais para a população.
“É importante que a região seja reconhecida por suas riquezas, o que tem de melhor. E muitas vezes essa região é reconhecida por coisas negativas, precisamos tirar esse estigma. Nossa missão é fazer um plano de longo, médio e curto prazo. Ações que podem ser implementadas com recursos e outras sem recursos. Não acreditamos que podemos fazer desenvolvimento econômico separado do social, então essa é nossa missão. Queremos que isso se torne emprego e renda”, concluiu.
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