DECEMBER 9, 2022


Ações para diagnóstico rápido da leishmaniose visceral no Norte de Minas são itensificadas

Entre as iniciativas que estão sendo executadas está o manejo ambiental e o repasse de kits para a realização de teste rápido para detecção da leishmaniose em cães

SAVE_20210512_132747

Testes rápidos para a identificação rápida da doença estão sendo distribuídos na região/ Foto: Pedro Ricardo/ SRS Montes Claros

A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) está intensificando o trabalho junto aos 54 municípios que integram a sua área de atuação, com o objetivo de manter o controle da proliferação de vetores transmissores da leishmaniose visceral.

Entre as iniciativas que já estão sendo executadas está o manejo ambiental e o repasse de kits para a realização de teste rápido para detecção da leishmaniose em cães. A tecnologia utilizada possibilita a detecção da doença de forma rápida, entre 15 e 20 minutos.

Atualmente os kits de teste rápido estão sendo utilizados pelas secretarias municipais de saúde de Montes Claros, Monte Azul, Porteirinha, Jaíba, Janaúba, Matias Cardoso, Salinas e Taiobeiras.

Segundo a SRS, os testes rápidos estão sendo repassados às localidades que tem casos notificados de transmissão da leishmaniose visceral humana. Porém, para receber os kits os municípios precisam ter profissional veterinário para coordenar as ações de controle da leishmaniose, além de estrutura adequada e medicação necessária para a realização da eutanásia dos cachorros infectados pela doença.

Fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o teste rápido imunocromatográfico é utilizado como instrumento de triagem para o diagnóstico da leishmaniose visceral canina, sendo fundamental para as ações de inquérito sorológico desses animais. O teste conta com a inovadora tecnologia de imunoensaio cromatográfico que amplia, consideravelmente, o nível de sensibilidade e agilidade se comparada a outras metodologias. Outra vantagem da tecnologia é a possibilidade de uso de três tipos de amostras: soro, plasma ou sangue total venoso.

Segundo nota informativa da Superintendência Regional, o exame oferece diversos benefícios, entre eles a fácil execução em campo; leitura e interpretação simples; maior sensibilidade e especificidade; capacidade de multitestes aperfeiçoada e uso tanto de sistemas conjugados líquidos quanto secos. Além disso, por ser um teste de triagem, o exame permite que apenas os casos positivos sejam levados para confirmação, desonerando, desta forma, os laboratórios públicos.

Para manter a transmissão da doença sob controle a SRS está orientando os municípios quanto à realização de inquérito canino; manejo ambiental e borrifação de áreas para controle de vetores da doença, insetos denominados flebotomíneos, conhecidos popularmente como mosquito palha, tatuquiras, birigui, entre outros.

A doença

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes explica que a leishmaniose visceral é causada pelo protozoário Leishmania infantum e é transmitida pelo vetor Lutzomyia longipalpise, conhecido popularmente como mosquito palha. Os cachorros são considerados os principais reservatórios da leishmaniose visceral. A presença de animais positivos no ambiente aumenta o risco para o ser humano, uma vez que a leishmaniose visceral é uma doença infecciosa grave, sistêmica e fatal se não tratada.

Os principais sintomas da doença são: febre de longa duração; aumento do fígado e baço; perda de peso; fraqueza; redução da força muscular e anemia. Apesar de grave, a doença tem tratamento gratuito e está disponível na rede de serviços do Sistema Único de Saúde – (SUS).

Tratamento

Agna Menezes lembra que a leishmaniose visceral é uma doença de notificação obrigatória. A partir de todo caso suspeito se torna obrigatória a investigação, com a avaliação do paciente e a realização dos exames que possam confirmar o caso, bem como desencadear ações ambientais para o controle da doença. No Norte de Minas, o Hospital Universitário Clemente de Faria, sediado em Montes Claros, é a unidade de referência para tratamento de pacientes acometidos pela leishmaniose visceral.

Para realização de exames, os pacientes residentes em Montes Claros são encaminhados para a Policlínica do bairro Alto São João, onde é feita coleta de sorologia. Nas demais localidades esse procedimento é de responsabilidade das secretarias municipais de saúde. As amostras são encaminhadas para análise no Laboratório Macrorregional da Secretaria de Estado da Saúde – (SES-MG), sediado em Montes Claros.

Já os pacientes residentes em Montes Claros com diagnóstico confirmado de leishmaniose tegumentar são atendidos no Hospital Alpheu de Quadros. Os pacientes de outros municípios são encaminhados para os seguintes hospitais de referência: Dr. Gil Alves (Bocaiúva); São Vicente de Paulo (Coração de Jesus); Hospital Municipal de Jaíba; Hospital Municipal de Francisco Sá; Fundação Hospitalar de Espinosa; Hospital Afrânio Augusto Figueiredo (Grão Mogol); Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças (Monte Azul); Hospital Municipal Santo Antônio (Taiobeiras); Hospital Santa Casa e São Vicente de Paula (Porteirinha); Hospital Municipal Dr. Oswaldo Prediliano de Santana (Salinas); Fundajan e o Hospital Regional de Janaúba.

Compartilhe: