Seja de grão especial, gourmet, ou tradicional, o café se tornou o queridinho do brasileiro e só perde para a água na escala de consumo de bebidas no Brasil, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). O item da cozinha está tão presente na cultura, que tem a data reservada para ele no calendário. Nesta quarta-feira (14) é comemorado o Dia Internacional do Café.
No levantamento feito pela Abic, consta que 97% dos lares brasileiros utilizam o café tanto coado, como para em receitas derivadas. A aposentada Joana Cardoso, de 78 anos, faz parte dessa estatística. Ela é daquelas apaixonadas pelo gosto do café coado. Moradora do distrito de São Geraldo, zona rural de Francisco Sá, Dona Joana faz o processo artesanal de torrar e moer o café para consumo próprio. Há 20 anos possui um moedor, mas antes socava os grãos no pilão.
A preferência dela é pelo gosto do café bastante “margoso e forte”, diz. Todo dia acorda às 5h da manhã e a primeira coisa que faz é colocar a água para ferver. O motivo dela mesmo moer o café para consumo próprio é simples:
“Eu gosto do café torrado na panela porque é mais gostoso e mais saudável. Não gosto de comprar aqueles cafés industrializados, eu mesma compro o grão, torro na panela no fogão à lenha e coloco para moer. Faço isso geralmente uma vez por mês e deixo guardado nos potes. Eu tomo e não me faz mal, bebo várias vezes durante o dia”, comenta Joana.
O produto que faz sucesso desde o período colonial, é um dos impulsionadores da economia brasileira e está presente na mesa diariamente, como se fosse um item obrigatório e indispensável para uma grande parcela da população. Não é à toa que o Brasil é o maior produtor e exportador mundial do café. Para se ter uma ideia, dados da Abic indicam que o consumo de café no Brasil cresceu 1,34% em 2020, para 21,2 milhões de sacas de 60 quilos, volume similar ao registrado em 2015 e o segundo maior da série histórica registrada pela associação. Em 2019, o consumo foi de 20,9 milhões de sacas.
Nesse contexto, Minas Gerais segue sendo o estado que mais produz a especiaria. Em 2020, registrou 34,65 milhões de sacas e crescimento de 41,1% no comparativo com 2019.
Prós e contras do café para a saúde
Mas, afinal, quais os benefícios do café para a saúde? A Tempo conversou com a médica nutróloga, Juliana Couto Guimarães. Ela pontuou alguns prós e contras dessa bebida que faz parte do dia-a-dia do brasileiros.
“Os benefícios do café não são apenas sabor e energia. Se for consumido com moderação, ele pode ser um ótimo aliado da saúde. O café pode melhorar o desempenho cognitivo e físico e fornecer antioxidantes e nutrientes como minerais, vitaminas e flavonoides. No cérebro a cafeína melhora temporariamente o humor, pois como é estimulante, dá aquela energia extra para o organismo, além de melhorar o tempo de vigília e a memória. Estudos recentes demonstraram que o café é capaz de proteger a saúde do coração e prevenir doenças degenerativas, como Alzheimer e Parkinson”, explica.
Por outro lado, a médica lembra que não se pode abusar do café, pois pode causar alterações no organismo. “Se consumido em excesso pode levar a insônia, irritabilidade, arritmia, agitação, nervosismo, refluxo gastroesofágico, tremores, dores de cabeça e náuseas. Em gestantes, o cuidado tem que ser ainda maior, pois o consumo acima da quantidade segura pode causar atraso na formação cerebral do feto”, diz.
A quantidade máxima recomendada por dia por Juliana é de 400 mg de cafeína, o que equivale a três ou quatro xícaras médias de café coado. “Consumindo nessa quantidade, você potencializa os efeitos positivos do café. (O café expresso tem o triplo de cafeína que o coado). O café desde que consumido com moderação pode trazer disposição e melhora na qualidade de vida”, ressalta.
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