O prefeito reeleito de São Romão, Marcelo Meirelles, acredita que a vitória dele seja resultado de uma política que investiu em infraestrutura e colocou fim ao favorecimento pessoal. No segundo mandato, as metas principais são a melhoria na saúde e o desenvolvimento econômico.
VERÔNICA PACHECO
DA REDAÇÃO
O advogado Marcelo Meireles (PSDB), prefeito reeleito de São Romão, vem de uma linhagem política que data da elevação da Vila Risonha de Santo Antônio da Manga de São Romão a município, em 7 de setembro de 1923. O distrito pertencia a Januária. O bisavô dele, major Saint Claire, não só assinou o decreto emancipatório como foi o primeiro prefeito nos 23 anos seguintes. A história se repetiu com o avô Henrique Meireles, com o tio Raul Simões e com o primo Dênio Simões, que também ocuparam o cargo de chefe do Executivo na cidade. No Legislativo, o pai dele, Leônidas Gonçalves de Mendonça, e a mãe Maria Emília Abadia Meireles de Mendonça, exerceram quatro mandatos como vereadores.
Com quase 12,6 mil moradores, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a eleição de 2020 em São Romão foi decidida por apenas 52 votos de diferença entre os dois candidatos mais votados: Meireles ficou com 48,64% (2.488) e Alan do Sax (PT) com 47,62% dos votos (2436). Em entrevista à Revista TEMPO, o prefeito atribui a vitória apertada à descrença de muitos eleitores quanto ao instituto da reeleição. Segundo ele, no Norte de Minas em geral, há uma crença de que o segundo mandato tende a ser ruim, paradigma que ele deseja quebrar antes de 2024.
O outro motivo seria o enfrentamento de uma postura antiga, mas ainda reproduzida por muitos políticos da região: a troca do voto por favores e vantagens. “Nada de visitas domiciliares, apenas reuniões públicas; nada de pagar contas de água e luz, apenas propostas coletivas; nada de promessas de cargos para o secretariado, mas escolhas técnicas”, explica o prefeito. Em campanha ou nas ações previstas em seu plano de governo, Marcelo Meireles adota uma filosofia bastante diferente do chavão criado por um velho e tradicional político mineiro: “Benefício comum, voto nenhum. Benefício pessoal, voto total”. Ele acredita que a prática da política paternalista e do favorecimento pessoal nas campanhas não vai acabar, mas pensa que oito anos de uma cultura diferente, preocupada com o bem-estar de todos, pode contribuir para que São Romão comece a quebrar essa tradição. “A minha reeleição eu atribuo a dois fatores: ao reconhecimento do trabalho realizado e às alianças que consegui fazer”, diz.
O QUE FICA E O QUE MUDA NO SEGUDO MANDATO
No primeiro mandato, o objetivo, segundo o prefeito, foi melhorar a infraestrutura urbana com calçamento de boa parte das ruas e avenidas são-romanenses com pavimento asfáltico e bloquetes. Diante das dificuldades para a obtenção de repasses e emendas, Meireles preferiu investir recursos do próprio município nas ações. “Passei os quatro anos de governo estruturando todas as áreas e, agora, tenho condição de fazer um trabalho mais amplo. Minha meta principal é o desenvolvimento econômico com a geração de emprego e renda”, planeja.
Na atual gestão, deseja ampliar o plano de governo, sem abrir mão do apoio social na área alimentar e habitacional para os mais carentes, o que considera responsabilidade do município. Marcelo Meireles não ignora os desafios que terá pela frente diante das diversas demandas públicas em São Romão. A principal delas é a melhoria do atendimento na saúde. A estrutura existente não oferece bloco cirúrgico e nem atende as especialidades clínicas. Isso torna o município extremamente dependente das cidades polos da região. Uma marca que procura ressaltar é o desejo de autonomia tanto do município quanto da população para que possa crescer e se desenvolver.
O segundo grande desafio, que ele prefere denominar de meta, é promover o desenvolvimento econômico. São Romão é o quinto maior produtor de grãos do estado. O objetivo do prefeito é atrair a iniciativa privada para promover a industrialização do que é produzido. “Assim será possível gerar mais emprego e renda, proporcionando uma significativa melhora da qualidade de vida dos moradores”, afirma Marcelo Meireles.
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