O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (10) o panorama que indica recorde na taxa média de desemprego em 20 estados brasileiros no ano de 2020. Entre eles está Minas Gerais, que registrou alta na taxa de desocupação em 12,5%. Os dados acompanham a média nacional, uma vez que como divulgado pelo IBGE, no final de fevereiro, o número de desocupação no Brasil, cresceu 13,5%, em 2020, o maior índice registrado da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.

A região Nordeste registrou a maior taxa e a Sul, a menor. Apenas os estados do Pará, Amapá, Tocantins, Piauí, Pernambuco, Espírito Santo, e Santa Catarina não tiveram indicadores recorde. Em Minas Gerais, apenas 52,3% da população estavam ocupadas e houve 820 mil postos de trabalho a menos. Das taxas médias de desocupação por ano, um dos maiores registros foram nos estado da Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%) e Sergipe (18,4%); já as menores foram em Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%), Paraná (9,4%) e Mato Grosso (9,7%).

Quarto semestre

Embora no acumulado do ano os índices tenham sido descartáveis por conta da pandemia, os dados isolados do 4⁰ semestre de 2020 apontaram um crescimento acentuado na criação de emprego. É o que explica Adriana Beringuy, a analista da pesquisa, em um áudio disponível no site do IBGE. Ela destaca que Pnad Contínua do 4º trimestre do ano mostraram crescimento da ocupação final de 2020 e que na mesma linha, o crescimento ocorreu na maioria dos estados.

“O nível da ocupação cresceu em 20, das 27 unidades brasileiras. Isso mostra, portanto, que esse movimento de expansão foi bastante disseminado. É importante também notar que esse crescimento se deu para todos ambos os sexos, em uma intensidade um pouco maior para as mulheres. No ponto de vista dos grupos etários, a gente destaca que esse crescimento da ocupação foi um pouco mais intenso entre as pessoas de 18 a 24 anos e entre aquelas de 40 a 59 anos. Em relação a cor ou raça, percebe-se um crescimento maior da ocupação entre as pessoas pretas e pardas. Já em relação ao nível de instrução, o grupo com ensino médio incompleto e nível superior incompleto foram os que mais conseguiram se empregar”, afirma.

A analista comenta ainda que ficou evidente uma característica comum de fim de ano, que é a contratação tempor, no entanto, ressalta que a alta no último semestre não ameniza os impactos negativos na geração de emprego vista durante o acumulativo do ano.

“essa sazonalidade que costuma absorver trabalhadores jovens, em comércios, em caráter temporário, possibilitando uma maior expansão da ocupação mesmo no ano de 2020, que foi marcado ao longo dos demais trimestres por uma queda bastante acentuada. Vale ressaltar, contudo, que essa recuperação do 4⁰ trimestre de 2020, está longe de ser suficiente para repor toda a perda de trabalhadores que ocorreu ao longo do ano inteiro”, finaliza Adriana.

Dados de Montes Claros

Por outro lado, Montes Claros, no Norte de Minas, registrou o total de 1199 novos postos de trabalho em 2020, conforme dados do Cadastro Geral de empregados e desempregados (Caged), divulgado no fim de janeiro.

O número de admissões na cidade foi maior que os desligamentos, tanto no mês de dezembro, como no acumulativo do ano. Em dezembro, 2.557 pessoas foram contratadas, enquanto 2.498 foram demitidas, o que indica o saldo de 59 empregos. Já durante todo o ano de 2020, 28.569 empregados foram admitidos, contra 27.370 desligamentos.

Para o secretário de desenvolvimento econômico de Montes Claros, Edilson Torquato, o resultado tem a ver com uma série de ações promovidas ao longo dos últimos anos. Número que mesmo em ano da pandemia do novo Coronavírus, se manteve positivo.

“O desenvolvimento estrutural adquirido nos últimos 3 anos criou um clima de otimismo nos empreendedores. Isto atrai novos investimentos. É a soma de uma gestão bem feita, com a cidade totalmente remodelada, em termos de estrutura, mobilidade, de apoio ao empreendedorismo. Tudo isso é um fomento para o desenvolvimento econômico. A nossa economia é muito diversificada, se um setor não vai bem, outros compensam. As empresas têm confiança no município. A cidade movimentou, o que gera busca de oportunidades”, comenta.

Com o saldo positivo de 1199 vagas ocupadas, Montes Claros foi a quarta maior cidade mineira ( com mais de 200 mil habitantes) que mais gerou emprego no ano de 2020, ficando atrás apenas de Contagem, Betim e Uberlândia.