O Conselho Regional de Odontologia (CRO-MG) promoveu nesta semana uma reunião com represente da secretaria Municipal de saúde e da câmara Municipal para que a categoria de dentistas e auxiliares seja inserida no plano de imunização contra a Covid-19 em Montes Claros.
O delegado do CRO-MG em Montes Claros, Raimundo Nonato, explicou que a intenção é que a classe seja inserida na lista de prioridade como previsto no cronograma expedido pelo Ministério da Saúde.
“O dentista e auxilar está na lista antes dos idosos de 90 anos, mas em Montes Claros isso não está sendo cumprido. Sabe-se que uma porcentagem é destinada a linha de frente e a outra, para o idoso. Mas até o momento uma parcela muito pequena de dentistas vacinaram, queremos saber quando chegará a nossa vez, como será a organização desse cronograma. Uma vez que o dentista presta serviços de saúde também para a população, ele tem contato direto e pode pegar, ou transmitir o vírus. Em Uberlândia, por exemplo, todos os dentistas já se vacinaram, porque Montes Claros não segue o mesmo critério?”, indaga Nonato.
O presidente do CRO-MG, com sede em Belo Horizonte, Raphael Mota, ratifica que só em Montes Claros, a área de odontologia soma cerca de 2 mil pessoas, entre os dentistas, técnicos em higiene dental (THD) e auxiliares de consultório. Ele pede à secretaria panorama geral de como as doses estão sendo destinadas e de que forma será a destinação para o setor odontológico.
“Nós já estávamos em contato com a prefeitura tentando viabilizar a vacinação para a classe odontológica. Sabemos que todos os dentistas e funcionários do setor público já estavam priorizados. No entanto, estamos pedindo um panorama que indique quantos profissionais da linha de frente ainda faltam ser imunizados, para traçarmos um planejamento de espera dos dentistas que trabalham no setor privado. Até pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), o dentista tem 100% de chance de ser contaminado na atividade laboral. É uma profissão que tem muita necessidade de se imunizar para se previnir e evitar o contágio dos outros pacientes”, comentou o presidente.
Rafael destacou que o CRO-MG está em constante contato com a Câmara Municipal da cidade, para que os parlamentares possam intervir na questão junto ao executivo municipal. Para isso, participaram das discussões o presidente da Câmara, Cláudio Rodrigues (Cidadania) e o vereador Valdecy Contador (Cidadania). Na oportunidade, Cláudio Rodrigues afirmou que vai se reunir com os vereadores e cobrar a priorização no cronograma.
“Sabemos que as decisões são recomendadas pelo executivo, o Comitê e o Ministério da Saúde que recomendam. Mas sabemos que o questionamento da categoria é justo. A demanda deles é que fique claro quanta pessoas da odontologia já foram vacinadas e saber em que etapa eles estão. Nós, da Câmara vamos fazer um ofício, atendendo a solicitação feita pela classe, para que seja divulgado esses números. Eles querem estar na relação dos demais profissionais da saúde. Vou repassar aos 22 vereadores para que eles assinem e mostrem que a câmara está unida nessa demanda deles. Vamos sensibilizar o prefeito para que seja feito esse estudo”, afirma o presidente do legislativo.
“Vamos levar a solicitação para a secretária de saúde, Dulce Pimenta, para que a gente possa levantar esses dados que já temos no sistema, de quem já foi vacinado em cada categoria, para mostrarmos um panorama de vacinação. Vale ressaltar que só não chegou essa vacinação para os profissionais da odontologia do setor privado, justamente devido a insuficiência de vacinas, diante de toda essa gama de profissionais da saúde do setor público e privado. Nem todos os profissionais do pronto atendimento e UTI Covid ainda não foram vacinados. É um momento delicado, e dependemos disso. Nós temos interesse em vacinar a classe, que está na lista prioritária. O município está buscando outros meios para ampliar esse número de vacinas. Como, por exemplo, a frente nacional dos prefeitos, para podermos comprar a vacina em nível nacional, sem depender exclusivamente do montante liberado pelo governo federal”, explicou Guilherme Gonçalves, coordenador da saúde bucal do município.
“Nós, enquanto representante de classe, somos cobrados para resolver esse problema. Temos entrado o tempo todo em contato com a Secretaria Municipal, mas, infelizmente, não existe doses suficientes para todos. Eu acredito que com essa abertura, de poder comprar as vacinas de diversos fabricantes, além das fornecidas pelo governo, deve facilitar o acesso. É preciso que um percentual das vacinas que chegam na cidade, seja de fato destinado ao setor odontológico”, finaliza o presidente regional da Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Paulo César.
Compartilhe: