DECEMBER 9, 2022

Motoristas e motociclistas de aplicativos protestam contra alta no preço de combustível em Montes Claros

De acordo com a organização, cerca de 100 pessoas aderiram ao ato; elas percorreram cerca de 5 km até um posto de combustíveis no bairro Cidade Nova

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Manifestantes saíram do Ginásio Poliesportivo sentido bairro Cidade Nova/ Vídeo: Célia Adriana Moura

Motoristas e motociclistas de aplicativos protestaram na manhã deste sábado (27), contra a alta constante no preço dos combustíveis, em Montes Claros. De acordo com a organização, cerca de 100 pessoas aderiram ao ato.

O movimento foi coordenado pelo Sindicato dos Condutores de Veículos que Utilizam Aplicativos do Estado de Minas Gerais (Sicovapp), que tem uma sede na cidade. Os participantes percorreram cerca de 5 km, entre o Ginásio Poliesportivo Tancredo Neves, passando pelas ruas do Centro, e finalizando em um posto de combustíveis no bairro Cidade Nova.

“O combustível está muito alto e nós dependemos dele para trabalhar. Esse valor impossibilita o trabalho da categoria. Nós, como motoristas de aplicativos não estamos conseguindo lidar com as taxas da maneira que está. Até hoje o aplicativo não atualizou o custo das tarifas de viagem e o custo do combustível só subindo”, diz o delegado sindical do Sicovapp, em  Montes Claros, Leones Nunes.

Esse repasse de valor questionado depende do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte (ICMS). Segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), o ICMS é um tributo estadual que varia de 25% a 34%, no caso da gasolina, sobre o valor do litro vendido nos postos de combustíveis. E sobre o etanol de 12% a 34%.

“Tem corrida que pegamos que custa R$ 5,00. E esse valor não paga nem o litro da gasolina. Como vamos fazer uma corrida no valor de R$5,00 com o etanol e gasolina a esse custo? Então, isso vai condicionar o desemprego de muitos pais de família, sem condições de trabalhar. O governo precisa nos ouvir e baixar o ICMS, porque assim teremos o preço justo no combustível e mais pais de família empregados”, declara.  

 

questiona sobre a alta dos combustíveis/ Foto: Nátila Gomes

No último levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de nove postos pesquisados em Montes Claros, entre os dias 25 de janeiro e 17 de fevereiro, a media do preço de um litro de da gasolina comum saltou de R$ 4,774, para R$ 5,249, tendo a variação de 8,97%. Já o preço do etanol hidratado partiu de R$ 2,99 no dia 09 de fevereiro, para R$ 3,459 no dia 17 de fevereiro, o que indica aumento de 13,33%, nos 21 postos pesquisados.

Antônio Marcos é entregador de aplicativo/Delivery. Ele conta que resolveu aderir ao ato por dois motivos: além de reinvidicar o preço no abastecimento, também questionou sobre o horário imposto para trabalhar. Segundo ele, “o pico das entregas por delivery começa as a partir das 21h, e pelo decreto atual já temos que encerrar ás 21h30, oque fica difícil. O preço da gasolina também está bem puxado para nós que rodamos todo dia”, afirma.

Entregadores de aplicativo também participaram/ Foto: Nátila Gomes

Ao finalizarem o manifesto em um posto de combustíveis, localizado na Avenida Donato Quitino, no bairro Cidade Nova, os motoristas e motociclistas abasteceram os veículos com o valor de 50 centavos e R$ 1,00. No local, o litro do etanol comum está de R$ 3,69, já a gasolina comum chega a R$ 5,39.

Desde o início do ano, o valor da gasolina vendida pela Petrobrás, teve o aumento acumulativo de 34,7%. Na última sexta (19), a gasolina teve reajuste de 10,2%. Este foi o quarto aumento do combustível no ano.

O motorista de aplicativo Thiago Freire, comenta que a ideia foi simbólica para demonstrar a indignação com os preços de combustíveis cobrados atualmente. “A gente tem que movimentar, né, fazer algo diferente. E usamos as armas que a gente tem. No caso, o que podemos fazer é nos movimentar. Hoje reunimos os motoristas de aplicativos e motoqueiros passando pelos postos e decidimos finalizar aqui no posto colocando apenas um real de combustível, pedindo o cupom fiscal, em manifestação contra o alto preço repassado”, finalizou.

O motorista de aplicativo Thiago Freire aderiu ao movimento/ Foto: Nátila Gomes
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