DECEMBER 9, 2022

Enfermeiro e outra pessoa são presos em operação que investiga extravio de dois respiradores da Santa Casa de Montes Claros

Operação O2 cumpriu dois mandados de prisão, e três mandados de busca e apreensão

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O delegado da Polícia Federal, Gilvan Garcia, e o superintendente da Santa Casa, Maurício Sérgio, esclarecem os detalhes da investigação neste sábado (27)/ Foto: Nátila Gomes

Duas pessoas foram presas na manhã deste sábado (27), após a Polícia Federal desencadear a Operação O2, que investiga extravio de dois respiradores da Santa Casa de Montes Claros. Segundo a unidade hospitalar, os equipamentos foram adquiridos recentemente, através de recursos federais, e tem o valor estimado de R$ 100 mil cada um.

O delegado da Polícia Federal, Gilvan Garcia, esclareceu em coletiva de imprensa sobre os primeiros passos do processo. Além dos dois mandados de prisão, também foram feitos três mandados de busca e apreensão, dois nas respectivas casas dos suspeitos e um em uma empresa do setor de saúde da cidade. Durante as investigações, a PF conseguiu localizar um dos aparelhos em uma empresa em São Paulo. E o outro, foi entregue à Santa Casa por um dos suspeitos. De acordo com o hospital, um dos investigados era enfermeiro da unidade. A polícia ainda vai investigar o grau de proximidade entre os dois presos.

“Há uma semana, os representantes da Santa Casa informaram sobre a falta dos aparelhos. Abrimos inquérito policial para apurar os fatos. Daí, conseguimos ao longo da investigação restituir os equipamentos. Um deles já tinha sido comercializado pelo valor de R$ 25 mil por uma empresa de São Paulo, e quando ela soube que se tratava de um produto de crime, tratou de restituir”.

Aparelhos foram devolvidos para a Santa Casa/ Foto: Polícia Federal

“Como nós temos um controle muito forte sobre todos os nossos equipamentos, imediatamente quando percebemos a falta de dois deles, fizemos buscas internas, não localizamos, verificamos se estava em outros hospitais, ou em ambulâncias, mas não encontramos. Um dos infratores, que era colaborador no pronto-socorro, foi desligado imediatamente quando tomamos conhecimento do fato”, disse o superintendente da Santa Casa, Maurício Sérgio Souza e Silva.

O superintendente informou ainda que todo o material colhido pela Santa Casa, como as notas fiscais de equipamentos, imagens, registros de entradas e saídas, foram repassados para a Polícia Federal como forma de contribuir para a investigação. Maurício deu detalhes de como foi descoberto que o aparelho comprado pela empresa de São Paulo era o mesmo que foi furtado em Montes Claros.

“Assim que descobrimos, informamos ao fabricante sobre o furto. Logo depois, o mesmo fabricante recebeu um aparelho para dar manutenção. Com isso, ao observarem o número de série, eles identificaram que se tratava do mesmo equipamento que tinha sido furtado aqui. Daí, comunicaram a Santa Casa e nós repassamos a informação para a Polícia”, disse.

Já sobre o outro aparelho, o delegado Gilvan acredita que “possivelmente o suspeito soube da investigação e entregou à Santa casa. Ainda vamos investigar se em uma mesma oportunidade foram levados os dois aparelhos, ou se foi em situação distinta”, disse.

Os dois presos podem responder por furto e associação criminosa, já que a Polícia Federal vai investigar se existem mais pessoas envolvidas no caso, inclusive de outros estados. A pena para o crime pode chegar a sete anos de prisão.

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