As cidades de São Romão, São Francisco e Manga serão beneficiadas com parte do valor acordado entre a Vale e o governo do estado pelos crimes ambientais causados no rompimento da barragem de Brumadinho, crime ambiental que completou dois anos em janeiro de 2021. O acordo foi firmado na última quinta-feira (04), com o valor total de R$ 37.689.767.329,00 (trinta e sete bilhões, seiscentos e oitenta e nove milhões, setecentos e sessenta e sete mil, trezentos e vinte e nove reais).
No caso, o valor acordado é 31% menor que o projetado inicialmente pelo Ministério Público e a Fundação João Pinheiro, que era de R$ 54 bilhões. No anexo lll do acordo composto por 130 páginas, consta que será destinada a quantia de R$ 4.950.000.000,00 (quatro bilhões novecentos e cinquenta milhões de reais) ao Programa de Mobilidade, que inclui a construção de três pontes sobre o Rio São Francisco na região. As obras vão ligar a cidade de Manga à Matias Cardoso, São Romão à Ubaí e São Francisco à Pintópolis.
O prefeito de Manga, Anastácio Guedes Saraiva (PT) acredita que essa compensação socioeconômica e ambiental será um divisor de águas na exportação agrícola do Norte do estado. “Temos na região o maior projeto da América latina, o Projeto Jaíba, que fica a 20 km daqui de Manga. Aqui no município também temos mais de 15 pivores onde são produzidos banana, mamão, manga, milho, entre outros. Toda essa produção agrícola na nossa região será exportada via essa ponte. Podendo escoar os produtos para a Bahia, Goiás, Maranhão e o Distrito Federal. A ponte vai viabilizar a passagem pela BR-135. Antes da construção dela, as pessoas tem que passar pela BR-020, com o desvio de 300 km a mais. Agora, com a obra dessa ponte, vai facilitar os negócios, diminuir o tempo de viagem, o que afeta também no desenvolvimento das cidades próximas”.
O prefeito de São Romão, Marcelo Meireles (PSDB) também está confiante nos benefícios que a cidade pode ganhar por meio da construção da ponte. O município está em ascensão no ramo de produção de grãos, para o prefeito, a ponte vai facilitar a saída da mercadoria, além de promover a melhorar entre os moradores da região.
“A estrada de São Romão é o caminho mais curto que liga o Planalto Central [Brasília] ao Nordeste. Essa obra sobre o rio São Francisco vai encurtar ainda mais a distância, porque ao invés de balsa teríamos ponte. E o outro aspecto é que São Romão hoje é um dos maiores produtores de grãos de Minas Gerais. Atualmente, todo o escoamento da mercadoria é via balsa. O município já é muito promissor, e tem uma necessidade muito grande dessa construção, não só pelo aspecto econômico, mas também na questão social. Pois o trânsito de São Romão é inteiro dependente da balsa. É uma obra que vai viabilizar não só o ponto de vista da distância, mas também a economia e o lado social. Acredito que a ponte resolverá 100% dos nossos problemas”, afirma Marcelo.
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