Emoção e gratidão marcaram o momento em que dois idosos do Asilo São Vicente de Paula receberam a vacina contra a Covid-19, em Montes Claros. Dona Maria das Dores Reis, de 89 anos, foi a primeira a ser imunizada, ela está na casa de longa permanência há quase dois anos e é natural do município de Joaquim Felício. Depois, foi a vez do senhor Eroldides Cardoso, de 95 anos, que mora há quatro anos no asilo e é da cidade de Francisco Sá. Eles foram os primeiros norte-mineiros a serem imunizados, na manhã desta terça-feira (19).
Claramente emocionado, o senhor Eroldides Cardoso resumiu, em poucas palavras, o que a proteção contra a doença representa para ele. “Agradeço a Deus. Quando eu soube que ia ser vacinado, eu dei graças a Ele, e fiquei aguardando até esse momento. Isso é algo que a gente não espera, uma doença dessas. Desde que apareceu a doença, quantas pessoas já morreram? Estou muito feliz. Que Deus abençoe cada um de nós”.
As primeiras doses da CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, chegaram também pela manhã. Segundo dados da assessoria do governo estadual, o lote encaminhado à Secretaria Regional de Saúde, em Montes Claros, corresponde à 26.640 doses, que serão distribuídas nos 54 municípios atendidos pela unidade.
Na cerimônia simbólica desta terça, o governador Romeu Zema (Novo) ratificou que as doses da vacina serão distribuídas de forma proporcional à demanda dos municípios, mostrou satisfação ao dar início à vacinação no Norte de Minas e disse estar esperançoso de que mais vacinas cheguem para o estado, e, consequentemente, para os municípios mineiros. Nesse primeiro momento, 577 mil doses estão sendo distribuídas em todo estado. Também foram adquiridas mais de 50 milhões de seringas e agulhas para essa primeira etapa de vacinação.
“Eu estou otimista de que nós vamos ter um aumento na quantidade fornecida, no decorrer dos próximos dias, até porque os institutos Butantan e Fiocruz, até mesmo a Fumed, em Minas Gerais, têm condições de produzir, além das outras várias fábricas do mundo que estão apoiando. Inicialmente, percebemos que aqueles países que tem um peso político maior, acabam tendo condição de reter o produto, mas acredito que a situação tende a normalizar e teremos vacina para todos”, comenta.
Também receberam os imunizantes, a Secretaria de Januária, com 14.080 vacinas, para serem repassadas às 25 cidades da regional. Já a secretaria Pedra Azul recebeu 3.220 doses, para 25 municípios, e Pirapora foi contemplada com 1560 doses, divididas para sete municípios. No total, foram destinadas às quatro regionais do Norte de Minas, 45.500 doses do imunizante, para um montante de 86 municípios.
Apesar de demostrar alívio com o início da aplicação das primeiras vacinas, Zema fez o alerta: “Eu quero lembrar que os cuidados ainda são exigidos. A vacina, como eudisse, é um público pequeno que está recebendo. Temos de lembrar que o vírus está no meio de nós, até com mais intensidade do que esteve no ano passado. Essa segunda onda está sendo mais intensa, com muito mais casos e internações, mas, graças a Deus, menos mortes”.
De acordo com o presidente do asilo, onde os dois idosos foram vacinados, a aplicação da vacina nos outros 119 moradores também será feita durante essa semana. João Rufino de Oliveira comemora o fato de a instituição ter sido a precursora da vacinação na cidade. “Para nós é um motivo de muita alegria, principalmente para os idosos, que ficam mais seguros e evita um mal maior com eles. Graças a Deus, e às medidas de prevenção que adotamos, apenas cinco pessoas do asilo foram infectadas desde o início da pandemia: três funcionários e dois internos. Todos recuperados”, destaca o presidente.
Para Cesar Ramos de Andrade, que é tesoureiro do asilo e vai assumir a presidência este ano, a projeção para o futuro sem o medo do vírus é confortante. “Nossa expectativa a partir de agora é poder retornar a nossa normalidade, de atividades dentro desta casa, recebendo de volta a sociedade montes-clarense, que trazem afeto, sorriso e abraços para esses idosos que tanto precisam e tanto sentiram falta nesse período de isolamento. Um dos fatores que mais impactam, além do financeiro, é a ausência das pessoas, a falta do calor humano, do carinho, do sorriso. Isso faz falta”, afirma.
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