Um quebra-cabeças colorido demonstra a diversidade presente no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Neste mês, a campanha Abril Azul conscientiza a população sobre a inclusão de pessoas com esse transtorno, cujo diagnóstico tem aumentado.
Em Betim, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, o número de pessoas autistas atendidas nas Unidades Básicas de Saúde cresceu 79% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em 2022, foram 305 casos, enquanto que, em 2023, o número saltou para 546. Em todo o país, entidades que lutam pela causa estimam que haja em torno de 2 milhões de pessoas com TEA.
Para a psicóloga e especialista em neurodesenvolvimento, Luana Goulart, o aumento de casos se deve à evolução das padronizações para o diagnóstico adequado. “Hoje, temos mais instrumentos e uma equipe multidisciplinar que consegue identificar o TEA e trazer um diagnóstico mais assertivo. Além disso, as famílias estão tendo mais acesso à informação”, salienta Luana.
Ela explica que o TEA é um transtorno de neurodesenvolvimento e abarca três áreas principais: interação social, linguagem e estereotipias motoras (movimentos motores). “Chama-se de espectro autista porque não existem autistas iguais. Cada um pode ter um comprometimento maior ou menor em alguma área”, diz a psicóloga.
Tratamentos
A especialista explica que quanto antes começarem as intervenções, melhores serão os resultados. As principais terapias indicadas, são: psicológica comportamental, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicopedagogia, equoterapia e musicoterapia.
Também é importante envolver a criança em atividades que permitam a socialização, como esportes. “Mas não é para sobrecarregar o paciente. Precisamos avaliar caso a caso para fazer o direcionamento adequado”, completa ela, que é mãe de uma criança com TEA: o pequeno Rafael, de 8 anos, e que tem uma clínica especializada no atendimento a crianças autistas.
Desafios
A servidora pública Sandra Assis, de 42 anos, é mãe de Bernardo, com 13. Aos 4, ele obteve o diagnóstico e, desde então, tem feito diversos tratamentos, como terapia ocupacional, fonoaudiologia, acompanhamento psicológico, entre outros. Mas, em casa, ela diz que sempre o incentivou também:
“Eu ensinava cores, letras, números e usava muitas brincadeiras pedagógicas. Na medida que ele ia aprendendo, eu ia evoluindo nas brincadeiras. Foi assim que ele aprendeu a escrever e a ler”, conta Sandra.
Para ela, é necessário que as mães acreditem nos filhos e não desanimem com os desafios que podem surgir no caminho. “É preciso encontrar um contentamento na maternidade, apesar das dificuldades e das limitações. Acredite no potencial do seu filho”, aconselha.
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